O capitão e estrela da seleção da Coreia do Sul, Son Heung-min, atingiu um marco histórico que o coloca definitivamente entre as maiores lendas do futebol asiático. O avançado, que também defende os Los Angeles Kings, tornou-se o jogador com mais jogos pela seleção sul-coreana, somando 137 presenças oficiais com a camisola do país. O recorde foi alcançado durante o particular contra a poderosa seleção do Brasil, partida que terminou com uma vitória por 5-0 para os sul-americanos.
Embora o resultado tenha sido amargo para os coreanos, o momento marcou um capítulo importante na carreira de Son, que supera agora as lendas Cha Bum-geun e Hong Myung-bo, ambos com 136 jogos pela seleção. De acordo com o comunicado oficial da Federação Coreana de Futebol, este feito simboliza não só a longevidade e consistência de Son, mas também a sua dedicação e amor pela camisola da Coreia do Sul. Num país onde o futebol é mais do que um desporto, o nome de Son junta-se à lista dos maiores ídolos nacionais.
A carreira de Son Heung-min é marcada pela determinação, talento e uma ascensão que ultrapassou fronteiras. Natural de Chuncheon, Son começou a jogar futebol ainda em criança, inspirado pelo pai, um antigo jogador e treinador que foi essencial na sua formação. Com apenas 16 anos, deixou a Coreia do Sul e mudou-se para a Alemanha, ingressando nas camadas jovens do Hamburgo — um passo ousado para um adolescente que mal falava a língua local, mas que sonhava jogar entre os melhores do mundo.
A sua evolução foi meteórica. Em 2013, transferiu-se para o Bayer Leverkusen, onde consolidou a sua reputação como um avançado veloz, inteligente e letal. Mas foi em 2015, ao assinar pelo Tottenham Hotspur, que Son se transformou numa estrela global. Na Premier League, tornou-se um ídolo absoluto dos adeptos londrinos, sendo reconhecido como um dos jogadores mais consistentes e respeitados da liga. No panorama internacional, Son foi sempre a principal referência da Coreia do Sul. Representou o seu país em três Mundiais (2014, 2018 e 2022) e nos Jogos Olímpicos de 2016, onde conquistou o reconhecimento mundial pela sua liderança e garra.

O seu momento mais emblemático com a seleção nacional aconteceu em 2018, quando marcou um dos golos na histórica vitória por 2-0 sobre a Alemanha, eliminando os então campeões do mundo do Mundial da Rússia. Ao longo dos anos, Son tornou-se um símbolo de perseverança e inspiração para os jovens atletas coreanos. A sua disciplina, ética de trabalho e atitude humilde fizeram dele um modelo dentro e fora do campo. A marca de 137 jogos pela seleção não é apenas um número. Representa um percurso construído com suor, paixão e responsabilidade. Son Heung-min não é apenas o capitão da Coreia do Sul, mas também o coração emocional da equipa.
Em cada partida, demonstra o mesmo entusiasmo e empenho que o caracterizam desde os tempos de adolescente no Hamburgo. Mesmo enfrentando desafios físicos e pressões da elite do futebol europeu, Son nunca se recusou a defender a sua seleção. Ao longo dos anos, enfrentou viagens longas, agendas exaustivas e lesões, mas manteve o compromisso de representar o país sempre que convocado. Esta dedicação fez dele um ídolo não só entre os adeptos, mas também entre os seus companheiros de equipa, que o descrevem frequentemente como um líder humilde e motivador.
Com o novo recorde, Son Heung-min entra numa lista selecionada de jogadores que marcaram uma época pela sua longevidade e pelo seu empenho nas suas seleções. Aos 32 anos, mostra que ainda tem muito para oferecer, tanto a nível de clubes como na seleção nacional. A sua influência vai muito além dos golos e das assistências. Representa uma geração de atletas asiáticos que romperam barreiras culturais e desportivas para alcançar o topo do futebol mundial.
Apesar da derrota com o Brasil, o jogo ficará marcado na memória dos adeptos coreanos como o dia em que Son escreveu mais uma página dourada na história do futebol do país. Após a partida, agradeceu o apoio dos adeptos e prometeu continuar a dar o máximo enquanto vestir a camisola da seleção. “Representar a Coreia do Sul é uma honra que nunca se torna rotina. Cada vez que entro em campo, sinto o mesmo orgulho e a mesma emoção de sempre. Este registo é para o meu país e para todos os que acreditaram em mim.”